sexta-feira, 16 de julho de 2010

Galeano e a Copa

Para coroar o fim da Copa, publico abaixo texto do genial Eduardo Galeano sobra a Copa da África. Imperdível!

Insólito


Já tenho saudade das vuvuzelas, da festa e do luto, porque, às vezes, o futebol é uma alegria que dói

EDUARDO GALEANO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Pacho Maturana, colombiano, homem de vasta experiência nestas lides, diz que o futebol é um reino mágico, onde tudo pode acontecer. A Copa confirmou suas palavras: foi um Mundial insólito.
Insólitos foram os dez estádios onde se jogou, belos, imensos, que custaram uma dinheirama. Não se sabe como fará a África do Sul para manter em atividade esses gigantes de cimento, desperdício multimilionário fácil de explicar, mas difícil de justificar em um dos países mais injustos do mundo.
Insólita foi a bola da Adidas, ensaboada, meio louca, que fugia das mãos e desobedecia aos pés. A tal da Jabulani foi imposta, apesar de não agradar aos jogadores. De seu castelo em Zurique, os senhores do futebol impõem, não propõem. Têm o hábito.
Insólito foi a todo-poderosa burocracia da Fifa ter reconhecido, após tantos anos, que será preciso estudar uma maneira de ajudar os árbitros nas jogadas decisivas. Não é muito, mas já é alguma coisa.
Até mesmo esses surdos de surdez voluntária tiveram de ouvir os clamores desencadeados pelos erros de alguns juízes, que no último jogo chegaram a ser horrorosos. Por que temos que ver na TV o que os árbitros não enxergaram ou, quem sabe, não puderam enxergar?
Clamores do bom senso: quase todos os esportes -basquete, tênis, beisebol e até esgrima e corridas de carros- usam a tecnologia para sanar dúvidas. O futebol não.
Os árbitros podem consultar uma invenção antiga chamada relógio, para medir a duração dos jogos e o tempo a descontar, mas estão proibidos de passar disso. E a justificativa oficial seria cômica se não fosse simplesmente suspeita: o erro faz parte do jogo, dizem. E nos deixam boquiabertos, descobrindo que "errare humanum est".
Insólito foi o primeiro Mundial africano ficar sem países africanos, incluindo o anfitrião, já nas oitavas. Só Gana sobreviveu, até perder para o Uruguai no jogo mais emocionante do torneio.
Insólito foi a maioria das seleções africanas manter viva sua agilidade, mas perder autoconfiança e fantasia. Muitos correram, mas poucos dançaram. Há quem diga que os técnicos, quase todos europeus, tenham contribuído para esse esfriamento.
Se assim foi, fizeram pouco a um futebol que tanta alegria prometia. A África sacrificou suas virtudes em nome da eficácia, e a eficácia se destacou por sua ausência.
Insólito foi que alguns africanos brilharam, mas nas seleções europeias. Quando Gana pegou a Alemanha, enfrentaram-se dois irmãos negros, os Boateng: um com a camisa de Gana e o outro com a da Alemanha. Dos ganenses, nenhum jogava o campeonato do país. Dos jogadores da Alemanha, todos jogavam o Alemão. Como a América Latina, a África exporta mão e pé de obra.
Insólita foi a melhor defesa do torneio, obra não de um goleiro, mas de um goleador. O uruguaio Suárez deteve com as duas mãos, na linha do gol, uma bola que teria eliminado seu país. Graças a essa patriótica loucura, ele foi expulso, mas o Uruguai não.
Insólito foi o percurso do Uruguai. Nosso país, que tinha entrado na Copa a duras penas, jogou dignamente, sem se render, e chegou a ser um dos melhores. Alguns cardiologistas nos avisaram que o excesso de felicidade podia ser perigoso à saúde.
Muitos uruguaios, que parecíamos condenados ao tédio, festejamos esse risco, e as ruas viraram festa. O direito de festejar os próprios méritos é sempre preferível ao prazer que alguns sentem com a desgraça alheia.
Ficamos em quarto lugar. Fomos o único país que pôde evitar que a Copa acabasse sem ser mais que uma Eurocopa. Não por acaso, Forlán foi eleito o melhor jogador.
Insólito foi o campeão e o vice da Copa anterior terem voltado para casa sem abrir as malas. Em 2006, Itália e França fizeram a final. Agora, encontraram-se na saída do aeroporto. Na Itália, multiplicaram-se as críticas a um futebol jogado para impedir que o rival jogue. Na França, o desastre provocou crise política e incendiou fúrias racistas, porque quase todos os atletas que cantaram a "Marselhesa" eram negros.
A Inglaterra também durou pouco. Brasil e Argentina sofreram cruéis banhos de humildade. Meio século atrás, a Argentina foi recebida com chuva de moedas após uma Copa desastrosa, mas desta vez recebeu boas- -vindas de uma multidão que crê em coisas mais importantes que o êxito ou o fracasso.
Insólito foi que faltaram ao encontro os superastros mais aguardados. Messi quis comparecer, fez o que pôde, e viu--se alguma coisa. Dizem que Cristiano Ronaldo esteve lá, mas ninguém o viu: talvez tenha estado ocupado demais vendo a si mesmo.
Insólito foi uma nova estrela, inesperada, ter surgido da profundeza dos mares e se elevado ao ponto mais alto do firmamento futebolístico.
É um polvo que vive num aquário da Alemanha, de onde formula suas profecias. Chama-se Paul, mas poderia se chamar Polvodamus. Antes de cada jogo, davam a ele a opção de escolher entre mexilhões que levavam as bandeiras dos dois rivais. Paul comia os mexilhões do vencedor, e não errava.
O oráculo octópode influiu decisivamente sobre as apostas, foi ouvido no mundo inteiro com religiosa reverência, foi odiado, amado e até caluniado por alguns ressentidos, como eu, que chegamos a suspeitar, sem provas, que o polvo era um corrupto.
Insólito foi que no fim houve justiça, o que não é frequente no futebol e na vida. A Espanha venceu a Copa pela primeira vez. Quase um século esperando. O polvo anunciou, e a Espanha desmentiu minhas suspeitas. Ganhou merecidamente, por obra e graça de seu futebol solidário, um por todos, todos por um, e pelas habilidades assombrosas de um pequeno mago, Iniesta. Ele prova que, às vezes, no reino mágico do futebol, há justiça.

TRANCADO
Quando a Copa começou, pendurei na porta de minha casa um cartaz que dizia "Fechado em razão do futebol". Quando o tirei da porta, um mês depois, já tinha disputado 64 partidas, cerveja na mão, sem me mexer de minha poltrona favorita.
Essa proeza me deixou exausto, com os músculos doloridos e a garganta gasta. Mas já estou com saudade.
Já começo a ter saudade da insuportável litania de vuvuzelas, da emoção de goles impróprios para cardíacos, da beleza das melhores jogadas repetidas em câmara lenta.
E também da festa e do luto, porque, às vezes, o futebol é uma alegria que dói, e a música que celebra alguma vitória dessas soa muito próxima do silêncio retumbante do estádio vazio, onde a noite já caiu e algum derrotado continua sentado, sozinho, incapaz de se mexer, em meio às imensas arquibancadas sem ninguém.

EDUARDO GALEANO, escritor e jornalista uruguaio, é autor de "As Veias Abertas da América Latina", "Memorias del Fuego" e "Espelhos Uma História Quase Universal"

Espanha Campeã, com justiça!

A Espanha venceu sua primeira Copa do Mundo merecidamente. Ao eliminar a surpreendente Alemanha, que vinha fazendo uma ótima Copa, com um futebol dominador - não deixou a Alemanha jogar e tomou conta do jogo - a Espanha mostrou seu belo estilo futebolístico, em que predomina a posse de bola e uma intensa troca de passes.
A final não foi dos sonhos, é verdade.
Mas se nos lembrarmos das finais de 1990, 1994, 2006...
Estes tipos de jogos são muito tensos, o que normamlmente prejudica a fruição destas partidas, frequentemente truncadas.
Ainda assim, a Espanha impôs seu estilo, com amplo domínio da posse de bola. Faltou um maior poder de finalização a seleção espanhola, não só no último jogo mas em toda competição, para seu futebol ser ainda mais enaltecido.
Agora, como jogam Iniesta e Xavi, meu Deus!!! Craques na acepção da palavra, jogam muito!
Principalmente pelo futebol destes dois jogadores a Espanha foi campeã mundial.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Alemanha surpreende positivamente

A Alemanha vem surpreendendo nesta Copa não só pelos ótimos resultados, mas também pelo belo futebol apresentado.
Dias antes do início da Copa, afirmei que Itália, França e Alemanha eram carta fora do baralho. Acertei em cheio com as duas primeiras, eliminadas ainda na primeira fase - que vergonha! - mas errei tremendamente quanto a última.
A Alemanha tem apresentado, sem sombra de dúvidas, o melhor futebol até o momento. Nem por isso dá para afirmar que os alemães serão os campeões desta Copa. Na semifinal, pegarão uma bela equipe, a Espanha.
Espanhóis que não têm apresentado o futebol que deles se esperava, mas que nem por isso podem ser menosprezados. Possuem, entre outras virtudes, dois belíssimos meio campistas, Xavi e Iniesta. E em se tratando de mata-mata... Tudo pode acontecer.
Mas se a Alemanha continuar mostrando o futebol destes últimos jogos, nada mais justo que a taça FIFA vá para Berlim.

O mascarado Robinho

Estou bem a vontade para falar sobre o Robinho, pois antes da Copa começar havia escrito, aqui neste blog, que não era fã do futebol dele e que o achava mascarado.
Também quero frisar que o Brasil não saiu da Copa por sua culpa. Saiu por uma série de fatores, no qual suas atitudes e postura dentro de campo se somam há vários outros, até mais decisivos.
O fato é que o jogador do Santos nunca aparece nas horas difíceis. Quando o jogo está favorável a ele ou a sua equipe, Robinho mostra seu potencial, com pedaladas e gols. Entretanto, quando as coisas apertam, ele afina. Sempre foi assim.
Kaká, por exemplo, mesmo nitidamente longe de sua condição ideal, não se omitiu e buscou reverter a situação desfavorável à sua equipe.
No segundo tempo, enquanto Kaká tentava alterar a situação de desvantagem da seleção brasileira jogando futebol, Robinho o fazia esbravejando e reclamando.
Mostrou que ainda não amadureceu e, imagino eu, nunca amadurecerá.
Robinho tem potencial, qualidade, mas lhe falta preparo moral e psicológico.

Adeus, Brasil

A despedida da seleção brasileira da Copa da África não me surpreendeu tanto assim. O Brasil jogou bem no primeiro tempo, é verdade. Todavia, mesmo na primeira etapa, não mostrou um futebol empolgante, salvo raras exceções. Já no segundo tempo...
Bem, no segundo tempo o Brasil simplesmente não apareceu para jogar.
O fato é que não me surpreendi tanto assim com a desclassificação brasileira - para mim o Brasil era o favorito frente a Holanda, boa seleção que, porém, apesar dos ótimos resultados (única seleção com 100% de aproveitamento na Copa), não tem apresentado um futebol inquestionável - pois o histórico da "2º Era Dunga" mostra que nossa seleção nunca primou por um futebol tentador, empolgante, apesar de eficiente.
Paradoxal então que uma equipe altamente eficiente não seja considerada ampla favorita e que sua eliminação não representa uma enorme suspresa? Talvez, no entanto, em um jogo só, contra uma seleção de qualidade semelhante, tudo é possível. Ainda mais com um técnico descompensado, que nitidamente contribuiu para que a equipe surtasse dentro de campo.
Vale lembrar que no primeiro tempo, quando o Brasil já ganhava por 1X0 sem ser ameaçado pelo selecionado holandês, mister Dunga já se encontrava ensandecido à beira do gramado.
Não por acaso, deu no que deu. Felipe Melo expulso, Robinho endoidecido, time entregue...
E assim se foi mais uma Copa do Mundo.
Que, aliás, não nos esqueçamos. Se, para nós brasileiros, não é só um jogo de futebol, também não é muito mais que isso.
Que esta energia despejada pelo povo na brasileiro na Copa se reverta para algo ainda mais importante para o o futuro de nosso país, as eleições 2010.

sábado, 26 de junho de 2010

Que venham os jogos eliminatórios

Não há muito o que falar sobre o jogo do Brasil versus Portugal. Joguinho oxo que só! Há, porém, duas constatações interessantes a serem feitas.
A primeira é que os reservas da seleção brasileira, com raras exceções, são fracos. Não conseguem manter o nível da equipe titular que, convenhamos, já não é nenhuma maravilha.
O segundo é que os jogos de mata-mata são muito bem-vindos. Com o Brasil desfalcado, também por já estar classificado, já que o Robinho, por exemplo, foi poupado, e Portugal louco para garantir ao menos o empate que lhe garantia a classificação, não poderia se esperar algo muito diferente do que se viu.
Fosse o jogo eliminatório, aposto que as mesmas formações que entraram em campo fariam uma partida bem mais interesante.
Por isso, que venham logo as oitavas, quartas, semi e finais, urgente.
Ah, e que o Brasil não precise depender de seus reservas. Senão, será osso duro de roer!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Itália e França eliminadas, ainda bem

Não tenho nada contra grandes seleções, pelo contrário. Quando aliam tradição e futebol de qualidade, como a Argentina e, sobretudo, Messi, são um bálsamo aos amantes do bom futebol.
Ocorre que França e Itália apresentaram nesta Copa um futebolzinho de 5º categoria. Por isso mesmo foram embora tarde da competição.

Copa na Band, um show de horror!!!

Assisti ao jogo do Brasil versus a Costa do Marfim na Band.
Nossa, que transmissão horrível!
Não pela qualidade da imagem, que é a mesma para todas as emissoras, mas pela péssima qualidade de seus profissionais.
Luciano do Valle é disparado o pior deles. Dentre os profissionais da emissora, frise-se, pois em termos de locutor, a parada é dura com o insuportável Galvão Bueno. Luciano do Valle mal sabia com quem o Brasil estava jogando. Disse, por diversas vezes, que o Brasil enfrentava a África do Sul. O que não é nenhuma novidade, visto que em todos os eventos que transmite fala bobagens em profusão.
E Neto, o comentarista? Igualmente um desastre. Só menor que o locutor perdido na África, se é que ele já se deu conta de onde está.
Sou corinthiano, e como tal, Neto é um dos meus grandes ídolos. Também penso ser uma boa pessoa, além de, para mim, entender de futebol. Todavia, fala muita bobagem pois:
1. fala coisas sem pensar, na emoção, sem qualquer racionalidade ou ponderação;
2. tem amizades e relacionamentos estreitos com pessoas de caráter abominável;
O resultado disso tudo é um comentarista ruim demais em todos os sentidos.
Sobre o jogo?
O Brasil jogou bem, muito bem!
E Kaká, mesmo longe de sua condição física ideal, mostrou por que é craque. Ainda que limitado pelos problemas físicos, foi decisivo! Imagina se estivesse na plenitude da forma física...
Luis Fabiano também merece mensão honrosa, e por dois motivos.
Jogou muito bem e mostrou o goleador que é e que o Brasil precisa.
Porém, fez um gol nitidamente irregular, ao tocar a mão na bola no mínimo uma vez, senão duas. O que não reduz sua bela atuação, mas me espanta pela leniência com o ílicito quando se trata de beneficiar o Brasil. Quando foi o Henry...
É o famoso jeitinho brasileiro, espírito de porco no último, argh!!!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Inglaterra decepcionante

A Inglaterra vem sendo o grande fiasco desta Copa.
Verdade que nenhuma seleção, inclusive as consideradas favoritas, têm jogado o fino da bola.
A Espanha, por exemplo, considerada grande favorita, foi a que teve o pior resultado, ao perder para a Suiça na estreia.
No entanto, dentre as principais seleções, nenhuma apresentou futebol tão horroroso quanto o English Team. No jogo contra a Argélia, a Inglaterra foi risível!

Só uma curiosidade

De fato, jogar contra equipes extremamente fechadas, com 10, 11 jogadores na defesa, não é das tarefas mais fáceis.
Todavia, muito pior é enfrentar grandes equipes, de reconhecida qualidade técnica.
Mas, se levarmos em conta nossos representantes na África do Sul, é capaz de acreditarmos que a Coreia do Norte, a Argélia e que tais são mais perigosos que Holanda, Argentina, Alemanha...
Não são, e provavelmente nunca serão!

Estreia brasileira

O jogo do Brasil contra a Coreia do Norte foi morno, apesar dos gols brasileiros terem sidos bastante interessentes.
O primeiro, do lateral direito Maicon, foi, ao mesmo tempo, muito bonito e inusitado. Belíssimo chute, ainda que eu tenha dúvidas se foi realmente aquela a intenção dele. Já o segundo, do meia Elano, nasceu de uma linda enfiada de Robinho, que, diga-se, foi um dos melhores em campo. Nada de extraordinário, todavia, Robinho foi quem mais buscou o jogo e criou oportunidades, mostrando muita vontade.
Como já disse antes da Copa começar, não sou fã do Robinho. Entendo ser um jogador de grande qualidade, porém mascarado, o que não me faz acreditar nesta história de ser o diferencial da seleção brasileira e, muito menos, no grande nome da Copa. Mas o gostoso do futebol é isso, a irracionalidade, o imprevisível.
Pelo que mostrou no primeiro jogo, é possível que Robinho faça uma grande Copa e, ao longo dela, veremos se até que enfim o eterno menimo mimado de São Vicente finalmente amadureceu.
Ser o grande nome do campeonato? Difícil, Messi é que dá pinta de receber tal honraria, entretanto, Robinho tem capacidade e pode queimar minha língua, ou melhor, meu pensamento, ainda incrédulo quanto a isto.
Quanto a seleção brasileira, apesar de jogar contra uma equipe fraquíssima e não apresentar um futebol vistoso, não me surpreendeu. Depois 4 anos da era Dunga, não há nenhuma surpresa na forma que nossa seleção jogou, ou seja, é este estilo de jogo que podemos esperar nesta Copa. Futebol burocrático, pouco vistoso e de resultado.
Nada além disso.

domingo, 13 de junho de 2010

Alemanha, a surpresa da Copa até o momento

A Alemanha surpreendeu em sua estreia contra a Austrália. Não pela tradição, grandiosa em Copas do Mundo, mas pelo futebol prazeroso de se ver, algo raro nas seleções germânicas. Apesar da equipe australiana ser, a meu ver, fraquinha, a Alemanha fez a melhor partida da Copa até o presente momento.
E se Holanda, Brasil e Espanha ainda não estrearam, a Argentina já o fez, e apesar de jogar bem, não mostrou um futebol tão promissor, com exceção de Messi, craque da melhor qualidade, quanto esta jovem Alemanha. Os alemães mostraram um futebol rápido, objetivo e eficaz, condizente com a média de idade da equipe, a menor entre todas as participantes do torneio.
A Alemanha, como sempre, dará trabalho nesta Copa, diferentemente do que previ antes do pontapé inicial da competição africana.
Já a Argentina de Messi, se será campeã, não tenho a mínima ideia, mas que o craque do Barcelona embelezará o torneio, disso não tenho a menor dúvida. Joga muito!

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Equívoco do Dunga

Na entrevista coletiva desta quinta-feira, em Joanesburgo, Dunga e Jorginho, seu auxiliar técnico, reclamaram bastante da imprensa brasileira, dizendo que havia um exército deles torcendo contra a seleção brasileiro.
Erro crasso comandante!
A imprensa não esta lá para torcer, seja a favor ou contra, mas sim para informar, sempre.

Erros e acertos do Dunga

Os trabalhos da seleção brasileira em solo africano têm sido intensos e, se o acesso a entrevistas tem sido restrito, os jornalistas têm tido ampla disponibilidade de acompanhar os treinos da nossa seleção.
Diante disso, tem se visto treinos bastante proveitosos. Segundo o mestre Tostão, dono da melhor coluna sobre futebol entre todos os cronistas esportivos, na Folha de S.Paulo, há muito tempo a seleção não fazia treinos simulando situações reais de jogo.
Como exemplo, em um desses treinos, experimentou-se situações em que o adversário atua bastante recuado, diminui os espaços e, assim, se previne contra a principal característica desta equipe, o contra-ataque.
Uma das boas soluções testada por Dunga foi a marcação pressão desde o campo de defesa do adversário, ótima tática contra equipes retranqueiras. O único problema desta forma de atuar é que devido ao grande esforço físico empenhado, dificilmente uma equipe consegue manter este tipo de marcação por 90 minutos.
Mas o importante é que foi treinado este tipo de situação, muito útil contra equipes que pouco se expoem, situação que o Brasil fatalmente encontrará na Copa.
Ainda segundo Tostão, em 2006, por exemplo, só se via treinos em campo reduzido, sem grande ensinamentos ou variações táticas.
Sendo assim, ponto para o Dunga.
Por outro lado, Tostão e PVC relatam a considerável dificuldade que os volantes brasileiros, Gilberto Silva e Felipe Melo, têm na saída de bola. O primeiro é lento e não prima pela qualidade no passe, enquanto que o segundo, apesar de mais rápido, também deixa a desejar no quesito técnico.
Para uma equipe que tem no contra-ataque uma arma mortal, esta lentidão na saída de bola do campo defensivo é péssima. Responsabilidade do Dunga, já que as deficiências dos nossos volantes são amplamente conhecidas, e há tempos. Além disso, registre-se que melhores opções para esta posição haviam, todavia, por aqui foram deixadas.

domingo, 16 de maio de 2010

Palmas ao Dunga

Critiquei, como a maioria, a convocação do Dunga. Entretanto, os acertos do técnico também devem ser ditos. E aí, além dos respeitabilíssimos números que ostenta a frente da seleção, não poderia deixar de comentar a não convocação de Adriano.

Em que pesem as critícas a seu substituto, Grafite, a não convocação de Adriano foi mais que acertada. Adriano está nitidamente fora de forma e, portanto, jogando bem abaixo do rendimento esperado para um jogador de seleção.

Neste ano, após um bom campeonato brasileiro em 2009 - foi muito bem, mas também nada de extraordinário, na minha opinião - Adriano tem feito apresentações risíveis. Contra o Corinthians, no primeiro jogo da Libertadores, o gol que fez de penâlti e mais uma boa jogada mascararam um pouco a fase do atacante. Mas no segundo jogo das oitavas de final, em São Paulo, Adriano teve atuação fraquíssima. Se estivesse em ponto de bala, poderia ter feito muito mais pelo Flamengo, dado os espaços que o Corinthians deu a seu time no segundo tempo.

O fato é que Adriano, sem justificativa, tem apresentado futebol pífio neste ano. Sendo assim, foi acertada a convocação do Grafite no lugar dele. Na visão de alguns, poderia ser ainda melhor se outro jogador fosse chamado ao invés do Grafite. Pode ser, mas o que não podia mesmo era levar Adriano a Copa. Ao menos nisso, Dunga acertou em cheio.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A imaginação não tem limites

Itália, França e Alemanha

As 3 seleções acima, sempre colocadas entre as favoritas devido a tradição, não empolgam nem um pouco. Não as colocaria como favoritas.

A Itália, por exemplo, tem um meio de campo recheado de jogadores medíocres (medianos). O melhorzinho é Pirlo, que além de não fazer uma boa temporada no Milan, não é um Kaka, ou seja, aquele jogador que faz a diferença.
Marchisio, outro desses meio campistas, da Juve, é, nas palavras de Wagner Patti, da Espn, "uma espécie de Kléberson, um jogador capaz de arrumar o meio de campo nas situações mais complicadas para uma equipe." Nada de espetacular, portanto.
Os atacantes então, uma pobreza só.

A Alemanha também não foge disso. Futebol de força, disciplina tática, tradição, talento(?). Definitivamente não, pelo menos nesta seleção.

A França, por fim, é a que apresenta, a princípio, jogadores de maior qualidade entre estas três. Todavia, a péssiam campanha nas eliminatórias, se classificando com um gol roubado de Henry na bacia das almas, mostrou que Gourcuff e Ribéry não substituem Zidane a altura e que Henry se encontra em franca decadência. Em seu clube, o Barcelona, não é nem a primeira opção ofensiva entre os reservas, seu lugar cativo.

É esperar pra ver.

Favoritos

O Brasil, apesar dos pesares, está entre eles. Completam a lista, em minha opinião, Argentina, Inglaterra e Espanha. A Holanda tem boas chances de ser uma grande supresa.
Enquanto o Brasil tem um time seguro e aposta no poder de definição de Kaka e Luis Fabiano e, quem sabe, em algo diferente de Robinho (não sou fã dele), a Argentina tem, além do melhor jogador do mundo disparado no momento, Messi, diversos outros excelentes jogadores em grande fase. Higuain, Véron, Tevez, Diego Milito e Aguero estão muito bem e, aparentemente, sem problemas de contusão. Só falta encaixar a equipe, principal problema dos hermanos, além de uma defesa que não inspira muita confiança.
Mas como dizia, a Argentina tem a vantagem de ter seus principais destaques sem problemas físicos relevantes. O que não ocorre com Inglaterra e Espanha. A Inglaterra tem seu craque e principal referência no ataque, Rooney, e seu ex-capitão e baita zagueiro, Terry, com problemas médicos consideráveis. O mesmo pode ser dito da Espanha, com Fernando Torres e Fábregas recém operados, além dos espetaculares Iniesta e Xavi, cérebros do Barça e da Fúria, com problemas médicos que os tornam dúvida para a Copa.
A Holanda, por sua vez, pode "surpreender" (foi a primeira classificada nas eliminatórias europeias). Os holandeses possuem dois excelentes jogadores, Robben e Snejder, comendo a bola em seus clubes. Não à toa, Inter de Milão, clube de Snejder, e Bayern de Munique, de Robben, disputam o título da Champions League no próximo dia 22 de maio, no Santiago Bernabeu, em Madri. Soma-se a isso a presença de ótimos jogadores ao lado de Robben e Snejder e a Holanda, provavelmente, virá forte para a Copa.
Ah, e Portugal de Cristiano Ronaldo e companhia, pode fazer uma garnde Copa? Pode, ainda mais se considerarmos que o brasileiro naturalizado português Liedson será um importante reforço ao ataque luso. É um baita atacante, bem melhor que os portugueses colegas de posição. Mas não boto muita fé em Portugal, esta que é a verdade

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Convocação chinfrim...

A convocação do técnico Dunga não agradou a maioria dos brasileiros. Quase todos, ao menos aqueles que acompanham futebol, queriam Neymar e Ganso, do Santos, entre os 23. Outros tantos esperavam por Ronaldinho Gaúcho.

Mas eis que nenhum dos 3 foi chamado, ao passo que diversos obreiros, carregadores de piano e jogadores burocráticos garantiram seus lugares na Copa.

Apesar do grande apelo pela dupla do Santos, que tem lugar fácil neste grupo, entendo ser ainda mais surpreendente a ausência de Ronaldinho. Nem tanto pelo futebol que vem jogando, apesar da recente melhora de suas apresentações no Milan, mas principalmente pelos critérios de Dunga.

É verdade que Ronaldinho não foi bem nas últimas aparições com a amarelinha, todavia, alguns dos convocados de Dunga não ficam atrás. Kleberson, por exemplo, é um desses casos. E, como agravo, mal tem jogado em seu clube, o Flamengo. Tem jogos em que nem no banco de reservas ficou. Gilberto, embora um pouco melhor no Cruzeiro, também é outro caso similar a este.

A diferença, porém, é que Ronaldinho estava babando pela chance de provar seu talento e sua importância em uma Copa de forma mais decisiva do que em 2002. E, apesar de nunca mais voltar a apresentar o futebol que encantou o mundo entre 2004 e 2006, Ronaldinho possui talento incomensuravelmente maiores que muitos desta lista como, por exemplo, Kleberson, totalmente dispensável O suficiente para estar em um grupo dependente de somente um fora de série, Kaká, voltando de contusões delicadas.

Ah, mas vai ver que Ronaldinho não possui o comprometimento necessário a fazer parte deste grupo e, portanto, não se enquadrou na filosofia do chefe? Poderia ser uma boa desculpa, ou até verdade, mas a lista dos 7 que ficam de “standby” desmontou esta justificativa.

Aliás, é esta lista, dos 7 suplentes, a grande incoerência de Dunga. Pois revela que os argumentos contra Neymar e Ganso são uma falácia e que Ronaldinho se enquadra na filosofia deste grupo (se nosso comandante fosse o Luxa seria filoxôfia$$$), já que Ganso e Ronaldinho fazem parte desta lista.

Assim, só nos resta esperar que nada aconteça com Kaká, já que sem ele não há quem possa fazer algo de diferente neste grupo. As alternativas a um eventual, e não tão improvável, problema com Kaká ficarão, pois, no Brasil.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Copa da África é aqui!

Como sou um apaixonado por esportes e, como brasileiro, por futebol, decidi criar este blog sobre a Copa do Mundo de 2010, a Copa da África.
Porém, curiosamente, uma das coisas que mais me motivou a criar o blog foi a convocação da nossa seleção. Fraquíssima e, por incrível que pareça, na minha opinião, incoerente, exatamente o oposto de uma das palavras que nosso técnico mais gosta de recitar e repisar a todo momento.
É verdade que todas as convocações brasileiras são extremamente polêmicas, mas esta parece ter atingido níveis nunca dantes visto.
Bom, o assunto convocação será mais esmiuçado no post seguinte.
A verdade é que todos os técnicos da história da seleção brasileira têm suas idiossincrasias, como bem lembrado por Tostão em uma coluna à época do reinado de Felipão. E que são elas um dos principais motes das discussões e bate-papos do povo brasileiro. Ainda bem! Paradoxal? Nem tanto, estamos sempre inquietos, busccando polêmicas e novos questionamentos em tudo que fazemos. Nunca estamos satisfeitos.
Neste espaço, pretendo postar assuntos relacionados à Copa da África em geral, não somente à seleção brasileira. Mas é claro que nossa seleção será o carro chefe. Portanto, imagino levar este blog até o fim da Copa. Depois, só o destino dirá o que será dele.
Para quem não me conhece, escrevo assuntos relacionados a política no www.algunstrintaanos.blogspot.com, blog de meu amigo Erich Pontoldio.
Como não poderia deixar de ser, a nossa Copa, a de 2014, é assunto frequente por lá. Porém, não do ponto de vista esportivo, mas sim do viés político e da preparação de nosso país. O que faz com que as críticas e o descontentamento estejam sempre presente.
Todavia, neste espaço, pretendo só falar de coisas boas e saudáveis, como é o esporte.
E, acima de tudo, compartilhar e discutir com todos este divertido exercício de sermos, ao mesmo tempo, especialistas de futebol e corneteiros, ou melhor, vuvuzelas do técnico Dunga.